Com protesto marcado para esta terça-feira (27), os comerciários ainda não sabem se sairão de casa no feriado do Dia do Trabalhado, neste sábado (1º). Isto porque, segundo o sindicato que cuida do segmento, tudo depende da discussão com o Sindicado dos Lojistas da Bahia (Sindilojas-BA) – que, inclusive, ainda precisa fazer uma proposta de Convenção Coletiva, o que não ocorre há três anos.
Não estamos aqui pra travar nada. Agora, precisa que os representantes do Sindicato dos Lojistas nos façam uma proposta para o 1º de maio. que uma proposta seja feita para aceitar ou não. Nosso objetivo é que o comércio abra. Passamos muito tempo com dificuldades. Não é isso que queremos, mas precisamos que o representantes do Sindilojas nos apresentem uma proposta para a gente analisar”, explicou o presidente do Sindicato dos Comerciários, Renato Ezequiel, em entrevista ao Bahia Notícias.
“Tem que fazer uma proposta mais pujante. São três anos sem Convenção Coletiva, e precisamos ajustar um acordo que interesse ao comércio, aos trabalhadores e ao Sindicato dos Comerciários”, pontuou.
Segundo Ezequiel, as restrições não podem ser empecilho para assinar o acordo, uma vez que outros setores da economia apresentaram números positivos. “Isso é um absurdo, um desrespeito àqueles que produzem. Mesmo num momento de pandemia, houve setores que ganharam muito, haja visto o que foi declarado pelas grandes empresas de eletrodomésticos na cidade. Então, não justifica não repassar o que é devido aos trabalhadores”, reclamou.
Segundo Ezequiel, o sindicato patronal deseja um encontro para o dia 20 de maio. Contudo, ele considera que a data é distante para os anseios dos comerciários – ele sugere que a negociação ocorra já na próxima semana. “Somando tudo isso, é mais ou menos R$ 300 milhões que deixaram de ser injetados na economia local”, ressaltou, reclamando do momento vivido pelo setor.
De acordo com o dirigente, a reunião é importante para definir o planejamento para os comerciários. Na visão dele, é fundamental que haja um acordo para evitar as demissões no segmento, que vêm crescendo durante a crise sanitária. “O governo não tem nenhum plano pra isso. Os comerciários não têm mais como reduzir salário. Vamos abrir os feriados, vamos deixar o comércio solto pra isso. Queremos um acordo neste sentido. Reduzir o salário de comerciário é dizer que se vai trabalhar e passar fome nesse momento. Não tem mais como reduzir”, bradou.
Em novembro do mesmo ano, a Justiça autorizou o funcionamento dos espaços de compras aos domingos, embasada numa MP assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. À época, autorização foi expedida pelo desembargador do Trabalho Marcos Oliveira Gurgel, da 18ª Vara do Trabalho de Salvador, que permitiu o funcionamento dos shoppings aos domingos e feriados .
As informações são do site Bahia Notícias