O governo da Bahia liberou até o dia 21 de setembro através do decreto nº 20.704, autorizando a realização de atividades com a presença de público de até 1000 pessoas. A novidade é a permissão do mesmo público para a realização de eventos com venda de ingressos. Nestes eventos, todos os envolvidos, entre artistas, público, equipe técnica e colaboradores, devem comprovar ter tomado as duas doses de vacina ou dose única, apresentando o documento de vacinação fornecido no momento da imunização ou o certificado obtido através do aplicativo ‘Conecte SUS’ do Ministério da Saúde. Além disso, devem ser respeitados todos os protocolos sanitários estabelecidos pelos municípios, especialmente o distanciamento e uso de máscaras. O setor está alegre com a decisão e diz que passa de vilão a aliado, pois a proibição fez proliferar festas clandestinas e quem quiser participar das festas agora terá que ser vacinado.
“Sem dúvida nenhuma foi uma decisão muito acertada do governo do Estado, é melhor flexibilizar para poder ter controle. O que estávamos vendo eram pessoas realizando shows de forma clandestina. Nós do setor de eventos podemos ser um grande aliado para a questão do cidadão tomar a segunda dose. Para participar do evento terá que tomar a vacina. Isso é um incentivo para as pessoas não deixarem de se vacinar. Nosso setor estava sendo marginalizado, estava sendo o vilão e agora poderemos ser os grandes aliados poderosos do governo e da prefeitura na cobrança da efetividade da vacina”, afirma Simone Carrera, diretora executiva da Associação Baiana dos Produtores de Eventos (ABAPE/BA).
De acordo com Moacyr Villas Boas , diretor e proprietário da Allcance Produções e Presidente da ABAPE /BA, o setor de eventos antes da pandemia era mais desorganizado do que os próprios envolvidos imaginavam.
“Com a paralisação na pandemia, o setor se uniu, pois antes era muito segregado. Quem trabalhava com eventos esportivos ficava no seu núcleo, o cultural também, carnaval, festas e cerimoniais em outro, eventos e cerimoniais de casamento e aniversários em outro e Buffet em outro. Só tivemos essa iniciativa de se organizar e lutar pelo retorno durante a pandemia. Com isso não temos catalogação de quanto foi perdido, ou quantos empregos deixaram de ser gerados na Bahia. Mas imagina que temos mais de 4.300 empresas que atuam diretamente com eventos, mas isso não reflete a realidade porque os eventos trazem uma gama de pessoas que trabalham de forma temporária e informal. Não sei quantos profissionais atuam nessas empresas e quantos informais contratam. É muita gente”.
Segundo Moacyr, além dos contratados formais, os eventos geram a necessidade de chamar pessoas de diversos setores como seguranças, camareiros, músicos, artistas, som,técnicos, bilheteiros.
“Ainda tem o aluguel de cadeiras, todo o preparativo dos camarotes, a galera que fica de maneira informal do lado de fora vendendo artigos infantis, comidas uma imensidade de vendedores difícil de fazer uma projeção de quanto foi perdido e quantas pessoas tiveram suas vidas paradas. Tem também o setor do transporte. Mercado difícil de dimensionar as perdas.”
Sobre o retorno dos eventos com público de 1000 (mil) pessoas, Moacyr diz que o setor lutou por muito tempo por isso e acredita que essa retomada é possível.
“Que bom que está acontecendo agora, mas acredito que poderia ter acontecido antes. Entendemos as precauções do setor público, mas com a diminuição nos dados epidemiológicos e com o avanço da vacinação já podemos retornar, claro que ainda não na forma que conhecemos, mas nestas condições estabelecidas. Vamos comemorar e seguir com muita responsabilidade com retorno gradativo.Nós lutamos por isonomia, para que todos os setores fossem tratados da mesma forma.”
Pelo decreto estão permitidas também com 1000 pesssoas: cerimônias de casamento, eventos urbanos e rurais em logradouros públicos ou privados, circos, parques de exposições, solenidades de formatura, feiras, passeatas e afins, além do funcionamento de zoológicos, parque de diversões, museus e teatros. Os museus, parques de exposições e afins poderão funcionar garantindo o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas, sendo proibida a realização de excursões.
Fica autorizado também o funcionamento de academias e estabelecimentos voltados para a realização de atividades físicas, desde que limitada a ocupação máxima de 75% da capacidade do local. O decreto nº 20.704, entrou em vigor no ultimo sábado (11) e altera o decreto de nº 20.658.
Com o decreto estadual, a Prefeitura de Salvador informou que “deverá verificar os protocolos para cumprimento das medidas”. O Estado explicou que a fiscalização cabe aos municípios, mas pode dar apoio a fiscalização através da Polícia Militar (PM)”.