A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), anunciou nesta quinta-feira (10) que o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas (MA), será o novo ministro das Comunicações de seu governo.
O agora ex-deputado pediu para assumir após a páscoa, quando deve sair oficialmente sua nomeação.
“O União Brasil apresenta o nome do Pedro Lucas para substituir o ministro Juscelino nas Comunicações. O presidente aceitou e fez um convite também ao líder para assumir, o Pedro Lucas. O Pedro Lucas só pediu até depois da Páscoa para assumir o ministério, porque ele tem que encaminhar umas questões pessoais de mandato e em relação à liderança da bancada. E nesse interregno vai assumir interinamente a secretária-executiva”, afirmou Gleisi.
O anúncio ocorreu após o presidente se reunir com o deputado, o ministros Rui Costa (Casa Civil), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Pedro Lucas é da ala governista do União Brasil e foi presidente da Agência Executiva Metropolitana durante a gestão Flávio Dino no Governo do Maranhão. Em seu segundo mandato, assumiu a liderança da legenda na Câmara neste ano
Ele entra no lugar de Juscelino Filho (União Brasil-MA), que deixou a Esplanada na terça-feira (8), após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), sob acusação de corrupção passiva e de outros crimes relacionados a suposto desvio de emendas. Juscelino reassumiu o mandato de deputado federal no mesmo dia em que deixou o Executivo, afastando o suplente Ivan Junior (União Brasil-MA).
O presidente já havia citado na quarta-feira (9), ao ser questionado durante sua visita oficial a Honduras, o nome do deputado como a primeira opção para o ministério, afirmando que se reuniria com o União Brasil para discutir a possível nomeação de Pedro Lucas.
O afastamento de Juscelino da chefia do ministério foi uma promessa de Lula após a Polícia Federal ter concluído, em junho de 2024, que o ministro integrou uma organização criminosa. Na época, o presidente afirmara que o afastaria caso ele fosse denunciado.
A escolha de Pedro Lucas, no entanto, levou a um racha no partido, que é dividido entre uma ala oposicionista e outra governista. De um lado, integrantes da legenda defendiam um maior distanciamento do Executivo, já de olho em 2026 —no começo do mês, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou sua pré-candidatura à Presidência.
Esses integrantes do partido também avaliaram ser ruim um nome tão ligado ao presidente do União Brasil, Antonio Rueda, integrar o governo formalmente. Além das Comunicações, o União Brasil tem indicações nas pastas do Turismo e do Desenvolvimento Regional.
Recentemente, o líder do União Brasil integrou comitiva presidencial para acompanhar Lula em missão ao Japão e ao Vietnã —ele participou, inclusive, de reuniões mais reservadas com o petista na viagem. De acordo com aliados de Lula, o presidente gostou do deputado. Há também uma avaliação positiva da atuação dele à frente da liderança do partido entre parlamentares governistas.
Na terça (8), em um telefonema com o presidente da República, Alcolumbre afirmou que a indicação do partido para o cargo de Juscelino seria Pedro Lucas. Na quarta (9), o próprio Lula citou nominalmente o deputado fala à imprensa em Honduras, onde cumpria missão oficial.
“O União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho um nome, eu conheço o Pedro Lucas, amanhã de manhã eu vou conversar com o União Brasil e, se for o caso a gente discute a nomeação dele”, afirmou Lula.
Victoria Azevedo/Mariana Brasil/Folhapress