Enel diz que precisa ‘reconstruir trechos inteiros da rede’ para devolver energia a SP

Enel diz que precisa ‘reconstruir trechos inteiros da rede’ para devolver energia a SP

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Após 24 horas passadas da tempestade que afetou a rede elétrica e deixou 2,1 milhões de clientes sem energia em São Paulo na sexta-feira, mais 64% deles (1,35 milhão) ainda estavam no escuro. A Enel, distribuidora que atende a região, diz que a demora se deve à necessidade de “reconstruir trechos inteiros da rede”.

Após o Procon do estado ter anunciado que iria notificar a empresa para obter mais informações sobre os esforços de retomada da energia, a companhia deu alguns detalhes sobre a operação na região metropolitana.

Segundo comunicado distribuído na noite de ontem, a empresa trabalha “dia e noite” para reconectar as linhas afetadas e diz que “acionou imediatamente seu plano emergencial” quando detectou que muitos pontos de ligação de energia haviam sido afetados pela tempestade.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou ventos de até 107 km/h na zona sul da capital na sexta-feira, o maior desde o início de registros sistemáticos começaram a ser feitos. O vento extremamente forte, acompanhado de uma chuva moderada, derrubou muitas árvores e postes, causando interrupção no fornecimento de energia para muitas casas, também na zona oeste.

Fora da capital, os municípios mais afetados são: Taboão da Serra, com 91 mil unidades sem luz, Cotia, com 79,8 mil, São Bernardo do Campo com 70,4 mil e Santo André com 66,6 mil.

Para lidar com a situação, a Enel diz que está alocando equipes extras na capital para dar conta do serviço.

“A companhia está atuando com cerca de 1.600 técnicos em campo e trabalhando para mobilizar no total cerca de 2.500 profissionais” afirmou a concessionária em nota. “Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio e do Ceará.”

A empresa não detalhou no comunicado quais eram os distritos e bairros mais afetados na capital paulista, porém, e não especificou em quais segmentos e nós da rede estava enfrentando mais dificuldade de reparos.

No início da noite de sexta-feira, a empresa chegou a dar previsão de seis horas a alguns clientes na zona sul para que a energia retornasse a seus imóveis. Em partes grandes de bairros como Vila Mariana e Paraíso, porém, o prazo não foi cumprido, e novas chamadas recebiam como retorno o restabelecimento “sem previsão de horário”.

Os bairros mais afetados, segundo a empresa, foram Santo Amaro, Jardim São Luís, Socorro, Pinheiros, Americanópolis, Vila Andrade, Jardim Vaz de Lima, Alto de Pinheiros, Jardim Martini e Jardim Mariane. A Enel tem 144 estações de transformação e redistribuição em São Paulo, mas não detalhou ainda quais são as mais afetadas pela tempestade, mas não deu uma lista de quais delas tem mais ligações com problemas.

Uma imagem muito comum em são paulo foi a de lojas e restaurantes fechados na manhã e tarde de sábado, um horário de grande movimento. Alguns comerciantes abriram seus estabelecimentos apenas para retirar produtos que deveriam permanecer refrigerados e mover para outras unidades.

A Enel tem até segunda-feira à tarde para responder aos pedidos de esclarecimento do Procon, conforme previsto em lei. Sobre a movimentação de efetivo da Enel de um estado para outro, o órgão de defesa do consumidor afirma que quer dados sobre “qual é a estrutura de pessoal de prontidão para atuar em emergências, considerando que os eventos climáticos extremos tinham sido alertados pelos serviços de meteorologia há alguns dias”.

Em novembro do ano passado, quando outra tempestade deixou milhões de pessoas sem luz na cidade, os clientes mais impactados foram em bairros do sudoeste da metrópole: Itapecerica da Serra, Monte Azul e Taboão da Serra (também bastante afetado agora). Quando calculado o número de unidades afetadas e o tempo sem fornecimento de eletricidade, a periferia sofreu mais do que os bairros do centro no apagão de 2023. A Enel não informou ontem a quantidade de ocorrências por subestação, porém, para que uma comparação pudesse ser feita com este ocorrido em 2024.

Fonte: O Globo

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