Daniel Alves chega a último dia de julgamento algemado; Justiça pode estender sessões por mais um dia

Daniel Alves chega a último dia de julgamento algemado; Justiça pode estender sessões por mais um dia

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O julgamento do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, que acontece esta semana na Espanha, pode ser estendido por mais um dia. As sessões do caso estavam previstas para terminar nesta quarta-feira (7), quando o brasileiro dará seu esperado depoimento.

No entanto, a Justiça estuda prolongar o julgamento até quinta-feira (8), caso a fala de Alves se estenda mais que o esperado. O brasileiro responde pela acusação de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona, na Espanha. Ele nega.

A sessão desta quarta foi iniciada por volta das 15h15 no horário local (11h15 no horário de Brasília). Alves chegou ao tribunal algemado e escoltado por cinco policiais da Polícia da Catalunha.

Pela programação divulgada pelo Tribunal de Justiça da Catalunha, ele falará ao final da sessão, após o depoimento de quatro médicos que participaram do atendimento à jovem que denunciou ter sido estuprada pelo brasileiro em uma boate de Barcelona em 30 de dezembro de 2022.

Um deles, que fez o acompanhamento psicológico da mulher, disse que ela desenvolveu um sintoma pós-traumático ao ouvir português.

Esta será a primeira vez que Alves falará publicamente sobre o caso desde que foi preso, em 20 de janeiro de 2023, enquanto prestava depoimento em uma delegacia de Barcelona. Na ocasião, a polícia viu contradição na versão dada pelo brasileiro.

A expectativa para esta quarta é que o ex-atleta, que há mais de 380 dias em prisão preventiva, apresente no tribunal uma nova versão sobre o episódio. Ele deve insistir na versão que sua defesa deu esta semana, de que estava embriagado e, por isso, teve suas “faculdades alteradas”.

Isso pode garantir a Alves uma redução de pena – caso haja embriaguez provada, a Justiça pode reduzir a pena em cerca de três anos, neste caso.

Desde que o caso veio a público, ele deu quatro versões sobre o que ocorreu:

  • No início de janeiro de 2023, em um vídeo enviado ao canal espanhol Antena 3 depois que o caso veio a público, o jogador negou ter ocorrido relação sexual e disse que sequer conhecia a denunciante. “Nunca vi essa senhora na vida”, afirmou.
  • Dias depois, em um primeiro depoimento à polícia, Daniel Alves declarou ter entrado no banheiro junto com a espanhola, mas negou ter havido qualquer relação entre os dois.
  • Em 20 de janeiro, convocado a um segundo depoimento em uma delegacia de Barcelona, quando foi preso em flagrante, o jogador Alves alegou que a jovem praticou sexo oral nele, porém de forma consensual. O atleta mudou a versão ao ser confrontado pela polícia com imagens da boate.
  • Em 17 de abril de 2023, já preso, Daniel Alves declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com penetração (àquela altura, exames periciais haviam encontrado sêmen do jogador na espanhola). O brasileiro, que era casado com modelo espanhola Joanna Sanz quando ocorreu o episódio na boate, argumentou ter mentido, em um primeiro momento, para ocultar uma relação extraconjugal.

Além disso, no início da sessão no primeiro dia de julgamento, na segunda, a advogada do ex-atleta, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de um “tribunal paralelo”, feito, segundo ele, pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.

Guardiola solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados.

As 28 testemunhas convocadas a depor foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.

  • Seis testemunhas prestaram depoimento na primeira sessão, entre elas, a mãe de Daniel Alves.
  • As outras 22 testemunhas falaram na terça.
  • Nesta última sessão, peritos que entregarão um relatório e conclusões, e a juíza responsável pelo caso ouvirá Daniel Alves.

A juíza Isabel Delgado Pérez, que julga o caso, ficará responsável por elaborar a sentença. Ao g1, o tribunal disse que ainda não há prazo para que saia a sentença final ao jogador, mas especialistas em direito penal disseram à imprensa espanhola que a decisão não deve demorar, já que a Justiça fez uma investigação prévia ao longo do ano passado.

Enquanto a sentença não sai, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva, em um presídio nos arredores de Barcelona, segundo a decisão atual da Justiça.

O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão ao jogador. A defesa da mulher que denunciou o estupro queria uma sentença maior, de 12 anos de prisão.

O que diz a acusadora

A mulher que acusa Daniel Alves de estupro afirma que, na noite em que, segundo ela, o estupro ocorreu, estava com uma amiga e uma prima na área VIP da boate Sutton e que já tinha dançado com o jogador e amigos dele. Depois disso, diz ela, o atleta insistiu para que a jovem o acompanhasse até um outro recinto.

A jovem alega que achava que, nesse segundo espaço, havia uma nova área VIP. Ao entrar, no entanto, notou que estava num banheiro pequeno, que só tinha um vaso e uma pia. Lá, segundo a acusadora, aconteceu o estupro.

Fonte: G1

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