Análise: derrota em La Plata expõe dificuldade do Botafogo de Renato Paiva para controlar qualquer jogo

Análise: derrota em La Plata expõe dificuldade do Botafogo de Renato Paiva para controlar qualquer jogo

compartilhe este post

O Botafogo, mais um vez, apresentou dificuldade para tentar superar o adversário e perdeu a chance de diminuir a pressão por resultados positivos. O time de Renato Paiva perdeu para o Estudiantes por 1 a 0, em duelo direto pela fase de grupos da Libertadores, em La Plata, em exibição que escancarou a dificuldade da equipe para controlar uma partida.

O treinador português surpreendeu na escalação, optando por iniciar com o volante Patrick de Paula como meia, além de trocas nas laterais.

O Botafogo entrou em campo com: John; Mateo Ponte, Danilo Barbosa, Barboza e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas e Patrick de Paula; Artur, Savarino e Igor Jesus.

Time do Botafogo antes de jogo contra o Estudiantes, pela Libertadores — Foto: Vitor Silva/BFR

Time do Botafogo antes de jogo contra o Estudiantes, pela Libertadores — Foto: Vitor Silva/BFR

O time teve apenas alguns poucos lapsos de chegadas na frente – foram quatro finalizações no alvo durante todo o jogo -, a primeira delas aconteceu logo aos dois minutos, com cruzamento de Savarino para Artur, que cabeceou para o gol, mas a bola não entrou.

Mas essa foi uma falsa amostragem. Demorou pouco tempo para o time recuar, ou melhor, ser empurrado pelos argentinos, que atacaram em um 2-3-5. A formação adversária fez com que a equipe de Paiva baixasse alguns atacantes para o auxílio na marcação, além de Patrick de Paula, que acabou atuando mais como um volante do que na função de contribuir ofensivamente na armação.

E o jogo se resumiu em menor posse de bola (46% contra 54% do Estudiantes), descontrole para sair da pressão próxima à própria área, acúmulo de erros de passes, dificuldade para chegar ao último terço do campo e ter volume ofensivo.

Para afastar o ímpeto argentino, o time abriu mão da saída de bola com os zagueiros, por exemplo. O goleiro John optou por lançar a bola à frente por diversas vezes, mostrando a dificuldade do time em sair jogando e executar o plano proposto por Renato Paiva – e sua ideia de jogo controlado e com distribuição da bola de um lado ao outro do campo.

E por falar em John, o gol surgiu em uma falha dele, que foi traído pelo movimento do quicar da bola em chute de Carrillo no primeiro tempo. O arqueiro, inclusive, foi tomado por constrangimento, mas logo foi consolado pelos companheiros. A situação ainda foi minimizada por outras boas defesas – e ele tem crédito por já ter livrado o Botafogo de sofrer derrotas ou placares mais elásticos.

Nesse duelo de clubes em má fase, o Estudiantes mostrou querer e poder mais. No esquema tático e na lucidez para definir e executar as ações.

E o Botafogo sai de um jogo em que até soube sofrer na defesa, que atuou com Danilo Barbosa improvisado, mas se permitiu ser atacado. No setor ofensivo, ainda falta pensar o jogo, nas melhores soluções e ter aproximação do trio de atacantes. Isso pode ser representado no esforço constante de Igor Jesus, muitas vezes isolado e esforçado, para buscar a bola na defesa para “não morrer de fome” – ele finalizou duas vezes no gol, mas sem perigo.

Mais do que o resultado, a atuação fez a pressão aumentar. E o Alvinegro tem o clássico contra o Fluminense no próximo sábado pelo Brasileirão e muita coisa ainda para consertar – e controlar.

Fonte: Ge

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados