Mais do que vencer, o Cruzeiro deu uma resposta importante no 3 a 0 sobre o Bahia. Foi dominante do início ao fim, poderia ter construído placar ainda maior, e deu mais um passo para buscar a afirmação coletiva que o momento pede. Pontos para Leonardo Jardim, que tem méritos nessa construção.
O time conseguiu, pela primeira vez, demonstrar praticamente todos os traços que Leonardo Jardim tem idealizado desde que chegou ao Brasil. Foi competitivo e soube acuar o adversário com e sem a bola nos pés. Não esteve com o placar sob dúvida em nenhum momento, mesmo tendo 15 minutos de instabilidade no início do segundo tempo.
E o resultado coletivo tem a ver com as escolhas individuais. O setor defensivo foi consistente pelo segundo jogo seguido, justamente em função de uma proteção maior do meio-campo, que agora tem Lucas Romero, Lucas Silva e Christian. Na direita, Fagner fez um primeiro tempo perto da perfeição. Depois de 14 jogos seguidos levando gols, o Cruzeiro passou ileso.
Christian, inclusive, chegou a ficar fora até dos relacionados recentemente, mas demonstrou no Mineirão que é importante para o momento. Deu agressividade à marcação, ajudando a proteger o centro e o lado direito, além de ter dado assistência para um dos gols. Cinco dias atrás, foi ele o responsável por Dudu ter sido sacado do time.
No ataque, Kaio Jorge também deu argumentos técnicos para ser o escolhido por Leonardo Jardim. Neste momento, é um jogador com mais predicados do que Gabigol para o estilo de jogo pretendido. Retomou bolas na saída, ganhou disputas pelo alto e deu trabalho atacando a profundidade. E os dois gols evidenciam o repertório que tem de finalização – onde Gabi não deixa a desejar. Recentemente, Kaio foi atrapalhado pela parte física, mas, desde o ano passado, se coloca entre os mais regulares do time quando tem oportunidades.
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Kaio Jorge, do Cruzeiro, comemora gol contra o Bahia — Foto: Fernando Moreno/AGIF
Leonardo Jardim terá como desafio, neste momento, conciliar a ideia de girar o elenco com a necessidade de manter o processo de construção de uma equipe confiável. Ao mesmo tempo, o nível demonstrado pelo time na dobradinha contra os tricolores fez com que o português ganhasse opções de grupo e visse começar uma disputa em posições onde não se vislumbrava algo neste sentido. Fagner, Lucas Silva e Villalba se juntam a Christian e Kaio como exemplos práticos disso.
O Cruzeiro ainda precisa de uma amostra bem maior para ser considerado um time confiável e com afirmação consolidada, mas ao menos conseguiu dar indícios firmes de crescimento em momentos em que talvez eles nem fossem esperados. Pés no chão, mas otimismo.
Fonte: Ge