O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, afirmou nesta terça-feira (12) que está preocupado com a PEC (proposta de emenda à Constituição) que mira a escala de trabalho 6 x 1, na qual o descanso remunerado ocorre apenas aos domingos.
De autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a PEC propõe alterar o artigo 7º da Constituição, no inciso 13, que trata sobre a jornada de trabalho. A sugestão é de jornada de quatro dias semanais, medida adotada em alguns países do mundo e que chegou a ser testada no Brasil por algumas empresas. Nos últimos dias, o tema ganhou tração nas redes sociais.
Hugo Motta participou de reunião da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo) e e, sua fala, disse que será necessário “ouvir os dois lados”.
“Me preocupa muito essa PEC agora recentemente apresentada, essa 6 x 1, onde se criou um verdadeiro movimento nas redes sociais a favor da PEC, que é um tema que nós temos e vamos discutir, mas não ouvindo apenas um lado. Nós temos que ouvir, também, quem emprega”, disse.
“Nós temos que ouvir os dois lados, para que, a partir daí, nós não venhamos a ter o avanço de uma pauta que possa amanhã ser danosa ao país”, afirmou.
Hugo Motta já reuniu apoio formal de partidos que representam 75% das 513 cadeiras da Câmara em torno de sua candidatura. Ele é apoiado por partidos que vão do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro, além de ter a chancela do próprio Lira.
O parlamentar ressaltou nesta terça, no entanto, que sua fala não significa que ele é a favor ou contra a PEC, mas que esses temas devem ser discutidos na Casa “respeitando quem pensa o contrário”.
“Não estou dizendo que sou a favor ou contra, estou dizendo que o parlamento tem que, na sua maturidade, discutir esses temas e discutir respeitando quem pensa o contrário”, afirmou.
O líder do Republicanos também disse que e Câmara não pode se tornar um espaço onde o “debate fique prejudicado”, citando agressões pessoais e verbais que “em nada contribuem ao debate”. “A Casa, através da sua democracia interna, na maioria, estabelece aquilo que é a vontade dos partidos ali representados”, disse.
A PEC previsa de 171 assinaturas para avançar na Casa. Até a noite de segunda-feira (11), ela tinha 132 assinaturas, com maioria de parlamentares de partidos da esquerda.
Victoria Azevedo, Folhapress
Fonte: Política Livre




