Debate da Globo em SP: candidatos apresentam propostas nos primeiros blocos, mas depois voltam a se atacar

Debate da Globo em SP: candidatos apresentam propostas nos primeiros blocos, mas depois voltam a se atacar

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Candidatos à prefeitura de SP participam do último debate do primeiro turno de 2024, na TV Globo — Foto: Fabio Tito/g1

Candidatos à prefeitura de SP participam do último debate do primeiro turno de 2024, na TV Globo — Foto: Fabio Tito/g1

A três dias das eleições, candidatos à Prefeitura de São Paulo apresentaram suas propostas nos primeiros blocos do debate da TV Globo na noite desta quinta-feira (3), mas, no terceiro e no quarto blocos, voltaram a trocar críticas e a citar investigações policiais contra adversários. Foram feitos ataques contra aliados dos oponentes, um documento foi apresentado e houve até menção a um suposto “gesso cenográfico”.

Com mediação do jornalista César Tralli, participaram Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

No início do programa, Marçal foi escanteado pelos candidatos, sendo o último a ser escolhido para responder a perguntas. Nos dois primeiros blocos, não houve nenhum pedido de direito de resposta. No decorrer do debate, no entanto, foram solicitados direitos de resposta por nove vezes, todos negados.

Atacado ao longo da campanha por Marçal por suposto uso de drogas, Boulos escolheu o último encontro para apresentar um exame toxicológico feito no dia 2 de outubro, que mostra que o deputado não tinha feito uso de entorpecentes.

Nunes também quis passar a limpo os ataques de Marçal por um boletim de ocorrência de sua esposa contra ele, e afirmou que o registro foi feito em um breve momento de separação do casal e que ele não bateu na mulher. O B.O. é sobre ameaça.

Tabata acusou Marçal de usar um “gesso cenográfico” no braço há “três semanas”: “A gente sabe que não tem nada ali, mas ele continua encenando”, afirmou. O candidato do PRTB está usando gesso desde o episódio da cadeirada dada por Datena durante o debate realizado pela TV Cultura, em 15 de setembro.

Foram convidados os candidatos de partidos com, no mínimo, cinco representantes no Congresso Nacional, assim como os que alcançaram pelo menos 6% de intenções de voto na última pesquisa da Quaest, divulgada na segunda (30).

O debate se dividiu em quatro blocos: o primeiro e o terceiro com temas livres, o segundo e o quarto, com assuntos determinados. Naqueles com tema livre, o candidato (sorteado anteriormente) escolheu para quem direcionar sua pergunta, entre os que ainda não tinham respondido naquele bloco. Todos precisariam fazer um questionamento e responder a uma questão em cada bloco.

Ao final do quarto bloco, cada candidato teve 2 minutos para fazer suas considerações finais.

Primeiro bloco – tema livre

Nunes x Datena

O atual prefeito questionou o apresentador sobre redução de impostos municipais e afirmou que “não criou nenhuma taxa”. Datena disse que é possível reduzir impostos na cidade, como IPTU e taxa de fiscalização de empresas e criticou Nunes por não ter “lutado mais pela redução do ISS” na reforma tributária. Nunes destacou algumas reduções de impostos durante sua gestão e citou que novas empresas se instalaram em São Paulo com esse tipo de medida. Em sua tréplica, Datena abordou a questão da saúde e afirmou que a prefeitura pode construir hospitais mais qualificados.

Boulos x Tabata

Boulos questionou Tabata sobre erros da gestão de Ricardo Nunes e disse que a cidade, na realidade, não está harmoniosa como dito no discurso do atual prefeito, que “às vezes nem dipirona tem, falta tudo, um ano esperando na fila” por exames. A deputada criticou o governo emedebista, disse que a saúde está sucateada mesmo com um orçamento alto, que “foi uma gestão tão medíocre, tão inoperante, que as filas explodiram” e prometeu exames em um mês. O candidato do PSOL apontou que vai criar unidades de saúde em todas as regiões da cidade. Tabata falou que saúde mental será prioridade em seu mandato.

Datena x Marçal

Datena perguntou a Marçal como ele pretende resolver o problema de roubo de celular na capital, “coisa de crime organizado”, segundo o apresentador. O candidato do PRTB disse que vai utilizar tecnologia para rastrear os aparelhos e bloqueá-los, além de usar inteligência artificial no combate ao crime, preferindo “análise preditiva não para encarcerar, mas para mostrar que tem vigilância nessa cidade”. O apresentador concordou com Marçal e disse que o maior criminoso é o receptador de aparelhos roubados e furtados. Marçal criticou o uso de dinheiro público em campanhas eleitorais.

Marçal x Boulos

Pablo Marçal questionou Guilherme Boulos sobre propostas para abrir empresas e reduzir impostos na cidade. O psolista disse que vai levar empregos para as periferias com a redução de IPTU para empresas que oferecerem postos de trabalhos nas regiões mais afastadas do Centro. Marçal disse que ser prefeito é uma missão. Boulos criticou a falta de propostas de Marçal e apontou defeitos na gestão Nunes mais uma vez.

Segundo bloco – temas determinados

Mobilidade – Tabata x Marçal

Tabata questionou Pablo Marçal sobre trânsito e mobilidade e criticou as propostas dele para transporte público na capital. O empresário disse que vai fazer corredores de ônibus “que foram prometidos no plano de governo do [Bruno] Covas, fazer os dez bolsões de entrada das dez rodovias da cidade de São Paulo”, além de deixar carros virarem para a direita mesmo com o semáforo fechado, como nos Estados Unidos. A deputada disse que as linhas de ônibus são as mesmas há décadas, “veio a tecnologia, a cidade cresceu, veio a pandemia, e as linhas de ônibus não foram alteradas”. Falou também em entregar corredores de ônibus e semáforos inteligentes. Marçal voltou a falar sobre teleféricos em zonas periféricas.

IPTU – Datena x Boulos

Datena questionou Boulos sobre redução de impostos e reforma previdenciária. O deputado prometeu que, “eleito o prefeito de São Paulo não terá nenhum aumento de imposto”, além de criar pontes, duplicar estrada e construir corredores. Reafirmou que vai reverter o trecho da reforma previdenciária que obriga servidores aposentados e pensionistas a contribuírem com 14% dos vencimentos.

O apresentador afirmou que vai criar empregos na periferia, dar uso a prédios abandonados no Centro e reativar o comércio na região com o fim da Cracolândia. Boulos destacou que atuou no movimento de luta por moradia e afirmou que vai criar um programa para reformar casas na periferia, além de regularizar imóveis sem escritura.

Moradia – Nunes x Tabata

Nunes perguntou se Tabata pretende criar projetos de habitação para os moradores da cidade. A deputada disse que vai dar continuidade às boas ideias de todos os espectros políticos, pretende inovar com um projeto em que a prefeitura atua como fiadora dos cidadãos. O prefeito trouxe diversas questões sobre mobilidade. Tabata criticou a gestão de Nunes sobre a forma como lidou com a Cracolândia na cidade.

Educação – Marçal x Nunes

Pablo Marçal questionou Nunes sobre a condução da educação em sua gestão, sobretudo alfabetização infantil. O atual prefeito defendeu que o dado apontado por Pablo não pode ser alvo de comparação e disse que avançou na criação de vagas de creche e no aumento do piso salarial dos professores. O candidato do PRTB disse que vai implantar educação financeira, empreendedorismo, inteligência emocional e esportes olímpicos nas escolas municipais. Nunes criticou Marçal sobre uma ação feita pelo empresário no continente africano.

Cultura e lazer – Boulos x Datena

Guilherme Boulos perguntou se Datena tinha propostas para a cultura na cidade de São Paulo. O apresentador disse que quer descentralizar a cultura na capital, criar polos audiovisuais e startups, principalmente nas periferias. O candidato do PSOL afirmou que vai ampliar a educação integral na rede municipal e oferecer aulas de música e esporte.

Fonte: G1

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