Sugestão cogitada por Celso Amorim como uma solução para a crise política na Venezuela é rejeitada tanto pelo regime como pela oposição.
Num ponto o regime de Nicolás Maduro e a oposição liderada por María Corina Machado convergem: ambos os campos são contrários à realização de novas eleições na Venezuela, conforme sugeriu o assessor para assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, ao presidente Lula.
A proposta, antecipada por Amorim ao jornal “Valor Econômico”, funcionaria como uma espécie de segundo turno — algo não previsto na Constituição venezuelana. Seria uma alternativa para solucionar o impasse gerado desde as eleições do dia 28, na qual governo e oposição afirmam terem saído vitoriosos.
Controlado pelo regime, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor, apenas com números totais, sem fornecer as atas eleitorais. A oposição diz ter 80% dos boletins e que ganhou com 67% dos votos. Órgãos internacionais como a ONU, a OEA e o Centro Carter denunciaram a falta de transparência nas eleições e pediram, inutilmente, que o governo venezuelano apresentasse as atas.
Os EUA já reconheceram a vitória do opositor Edmundo González Urrutia. No papel de mediadores, Brasil, Colômbia e México também defenderam, em comunicado, que a Venezuela apresente “os dados desagregados por mesa de votação”.
Dezoito dias depois do pleito, as tentativas de negociações não evoluíram. O regime se radicalizou, descartando o diálogo: intensificou a perseguição de opositores e ativistas de direitos humanos, cancelou passaportes de cidadãos e suspendeu o uso de redes sociais, como o X.
Fonte: G1




