O Paraná vai perder 490 hectares de área para Santa Catarina a partir de 2025. O terreno pertence a um morador de Guaratuba (PR) que, após uma medição feita por ele mesmo, descobriu que o trecho está em território catarinense, diferentemente do que mostra a delimitação definida pelo Exército brasileiro entre 1918 e 1919.
O proprietário do terreno procurou o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná e levantou o questionamento sobre o território, que é equivalente a cerca de 500 campos de futebol, considerando as dimensões máximas estipuladas pela Fifa de 120 metros de comprimento e 90 metros de largura.
Com essas informações, o IAT, que tem um departamento específico sobre a gestão territorial do estado, realizou uma vistoria presencial nos pontos indicados pelo paranaense e fez uma avaliação de documentos antigos, confirmando a inconsistência na marcação feita pelo Exército.
“Localizamos os marcos originais e tivemos que atravessar locais onde o acesso é difícil. Encontramos os endereços corretos e tivemos que corrigir os mapas”, explicou o engenheiro florestal Amauri Simão Pampuch, da Diretoria de Gestão Territorial do IAT.
O g1 procurou o Exército para comentar o erro na medição, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Como fica a nova divisa entre PR e SC
A linha amarela indicada no mapa abaixo mostra a divisa antiga entre o Paraná e Santa Catarina. A nova demarcação está simbolizada na linha vermelha.
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Mapa mostra nova divisa entre os estados do Paraná e Santa Catarina. — Foto: Arte g1
A principal mudança está no limite entre os municípios de Guaratuba (PR) e Garuva (SC). Na prática, a alteração representa somente 0,002% da área do estado paranaense, mas, segundo o engenheiro florestal do IAT, pode impactar pessoas que têm terrenos na região.
“Se a divisa é ajustada, o imóvel pode vir acontecer de estar em um estado, mas, na verdade, pertencer a outro”, comentou.
Os limites entre os municípios foram revistos pelo IAT em 2022. Nos estados, este tipo de acontecimento é mais raro.
“A divisa hoje é justa, é o que sempre deveria ter sido feito. Mas, por mapeamentos equivocados, estava errada. Essa correção ajuda as prefeituras e os dois estados na gestão dos territórios”, disse Pampuch.
Fonte: G1




